quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Único com experiência na seleção principal, Neymar é a estrela solitária

Se pudesse, Neymar teria um clone para estar em dois lugares ao mesmo tempo em 9 de fevereiro. Craque precoce, o moleque de 18 anos é um raríssimo titular de duas seleções na história do escrete canarinho. Xodó de Mano Menezes na esquadra principal, o menino da Vila também é o diferencial de Ney Franco no elenco Sub-20 que disputa, a partir de segunda-feira, o hexagonal final do Pré-Olímpico do Peru. Resultado: a joia rara não poderá desfilar seu talento pela primeira vez em uma arena europeia.

Quando tinha seis anos, Neymar viu pela tevê a Seleção Brasileira perder a Copa do Mundo de 1998 para a França no Estádio Saint-Denis. Seria nesse gramado que ele jogaria em 9 de fevereiro, quando a trupe Sub-20 terá pela frente o segundo colocado do Grupo B no penúltimo capítulo da saga por uma das duas vagas aos Jogos Olímpicos de 2012, e por quatro passaportes para o Mundial da categoria, na Colômbia. Conformado, Neymar comprou a briga de Ney Franco com o aval de Mano Menezes e está fora da lista dos 23 convocados na terça-feira para o embarque rumo a Paris.

Na idade de Neymar, jogadores como Adriano e Lucas sentiram o mesmo drama na pele. Precoces, ambos também vestiram primeiro a camisa da tropa de elite antes de defender a esquadra Sub-20 em um Sul-Americano. Convocado pela primeira vez pelo técnico Emerson Leão, o Imperador estreou na Seleção principal sob pressão em 15 de novembro de 2000. O Brasil empatava por 0 x 0 com a Colômbia nas Eliminatórias para a Copa de 2002 quando ele substituiu França e viu Roque Júnior garantir a vitória. A experiência ajudou Adriano a ser, dois meses depois, o artilheiro do Sul-Americano disputado no Equador. A revelação do Flamengo fez seis gols, ao lado de Ewerthon, ex-Palmeiras.

Dunga também deu um empurrão na carreira de Lucas. Titular absoluto de Mano Menezes, o volante debutou na Seleção em 7 de outubro de 2006, na goleada por 4 x 0 sobre o Kuwait. Três meses depois, foi o capitão da Sub-20 e o vice-artilheiro do time na campanha que rendeu o título e vagas para os Jogos de Pequim-2008 e o Mundial da categoria, no Canadá.

Responsabilidade

Dos 20 jogadores de Ney Franco no Pré-Olímpico, só Neymar teve o privilégio de vestir a camisa principal. Titular em dois dos quatro amistosos da gestão Mano Menezes, Neymar fez um gol na vitória sobre os Estados Unidos e não se intimidou na derrota por 1 x 0 para a Argentina. É na experiência do artilheiro isolado do Campeonato Sul-Americano, com cinco gols, que Mano Menezes e Ney Franco apostam para carimbar o passaporte canarinho rumo a Londres.

Alex e RonaldinhoNo Pré-Olímpico de 2000, no Paraná, os dois craques também já tinham vestido a camisa da Seleção principal. Chamado pela primeira vez por Vanderlei Luxemburgo, Ronaldinho Gaúcho estreou em 26 de junho de 1999, em um amistoso contra a Letônia. Mais precoce ainda, Alex também tinha sido escalado por Luxemburgo em 23 de setembro de 1998, no empate por 1 x 1 com a Iugoslávia. As milhagens acumuladas ajudaram a dupla a classificar o Brasil para os Jogos de Sydney-2000.

Visitante

Depois de dizer na entrevista coletiva de terça-feira que diria pessoalmente a Ney Franco o que não vem gostando na Seleção Pré-Olímpica, o técnico Mano Menezes desembarcou ontem, em Arequipa, no Peru, para acompanhar de perto os últimos treinos antes do hexagonal. Mano está hospedado no mesmo hotel do elenco e assistirá aos três primeiros jogos do hexagonal final.

Brasil pega Argentina em 6 de fevereiro

A vitória da Seleção Brasileira sobre o Equador na madrugada de ontem, por 1 x 0, no adeus à fase de grupos, garantiu o primeiro lugar do Grupo B. O atacante brasiliense Henrique garantiu o triunfo. Como a Argentina também conquistou o Grupo A, o duelo de maior rivalidade do torneio ocorrerá na terceira rodada do hexagonal final, em 6 de fevereiro, às 21h, em Arequipa. O adversário no jogo da estreia, na segunda-feira, às 22h, será conhecido hoje, e será o segundo colocado do Grupo A. A vantagem é do vice-líder, Uruguai, mas Venezuela, Chile e Peru ainda têm chances de classificação.

Saiba mais
Titulares, Cafu e Márcio Santos fracassaram
A Seleção Pré-Olímpica de 1992 também tinha dois titulares da esquadra principal. Xodós do então técnico Paulo Roberto Falcão, o lateral-direito Cafu e o zagueiro Márcio Santos deram vexame na seletiva para os Jogos de Barcelona e nem sequer passaram da primeira fase. Dois anos depois, ajudaram o Brasil a conquistar o tetracampeonato mundial no Estados Unidos.

Memória
Quando a molecagem goleia a experiência
Diego e Robinho estrearam na Seleção principal um ano antes do Pré-Olímpico de 2004. Convocados por Carlos Alberto Parreira, ambos eram os trunfos de Ricardo Gomes na disputa por uma vaga para os Jogos Olímpicos de Atenas. No entanto, o amadurecimento era enganoso. A triste cena de Robinho tirando o calção de Diego tornou-se a imagem de uma Seleção que fracassou no Chile.

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